Não vou aqui falar disso. Vou antes sugerir uma visita à Biblioteca Virtual do Ministério das Finanças e da Administração Pública onde se pode consultar os Orçamentos do Estado desde 1836.
Peguei no primeiro ... o de 1836 e deu-me para ler o relatório do Ministro da Fazenda da altura.
Acompanhem-me nessa leitura, por favor. O relatório começa assim:
Isto podia ter sido escrito em 2013! Frases chaves: "enormes sacrifícios", "empréstimos no estrangeiro", "agravar as gerações futuras", "o hábito de despender largamente", "falta de meios próprios", "recurso ao Crédito".
Tudo isto é familiar. Mas continuemos:
O parágrafo termina assim: "Assim os empréstimos que se deveriam contrair, considerando-os somente como um acidente, e como uma desgraça, foram tomados como um meio de administração, e como um modo de regular de prosperidade, e daqui procedem quase todos os males".
Sim, caro leitor ... isto não é um comentário de alguém na SIC Notícias ou na TVI24. Mas espere que há mais porque neste parágrafo surge a palavra Economia e algo que podia ter sido dito, por exemplo, pelo Camilo Lourenço:
E o que é poupar na despesas em 1836?
A seguir a este parágrafo fala-se da reforma do Estado que passa por ...
Isto está a ficar depressivo! Desde 1836 que andamos a falar das mesmas coisas, temos sempre os mesmos problemas e temos défices nas contas do Estado. Chego à conclusão que nós somos assim ... deficitários crónicos.
Deixo um última pérola: quando o relatório fala das regiões insulares diz-se isto:
Alberto João Jardim está no poder desde 1836!
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